Descrição do Evento

A Plataforma SIP Portugal organizou um Webinar transmitido em direto no canal de Youtube da APJOF (@APJOF), no passado dia 14 de junho de 2024, às 18h00 (hora de Lisboa).

O evento “A Voz da Dor” pretendeu comemorar os 25 anos do primeiro Dia Nacional de Luta contra a Dor.

Os Oradores foram“a Voz” de um político, de um profissional de saúde, de um cuidador, de Pessoas com Dor Crónica bem como representantes da SIP Portugal – Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), da Pain Alliance Europe (PAE) e da SIP Europe.

Este evento inseriu-se na busca de concertação de esforços e dinâmicas nacionais e internacionais para expandir a visibilidade e partilha de informação junto das entidades e organismos oficiais de saúde, comunidade científica, profissionais de saúde e sociedade em geral.

Em 2001, a Associação Europeia dos Capítulos para o Estudo da Dor (EFIC®), agora Federação Europeia de Dor, publicou a sua “Declaração sobre a Dor”, que apelava aos governos nacionais e às Instituições da UE para melhorarem a sensibilização para o impacto social da dor.

Em 2009, foi fundada a plataforma europeia “Societal Impact of Pain”, “Impacto Social da Dor” (SIP) que é uma parceria multilateral liderada pela Federação Europeia da Dor (EFIC) que orienta o enquadramento científico e pela Pain Alliance Europe (PAE) em representação das associações de doentes. Tem como objetivos aumentar a sensibilização e impulsionar mudanças das políticas relativas a problemática da dor.

A SIP promove oportunidades de discussão para profissionais de saúde, grupos de defesa da dor, políticos, prestadores de seguros de saúde, representantes de autoridades de saúde, reguladores e patrocinadores.

A Voz da Dor

A Plataforma nacional SIP PT foi fundada em 2018 pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), membro da EFIC e por 10 Associações de Doentes e segue os objetivos e as orientações da SIP Europa. Atualmente já foram constituídas plataformas nacionais em 13 países.

Portugal foi o primeiro país no mundo a ter um “Dia dedicado à Luta contra a Dor”. Esta foi uma proposta desenvolvida pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor que foi aprovada em Diário da Republica a 30 de abril 1999 (Despacho nº 10 324/99 2.a série) no qual se definia o dia 14 de junho como o Dia Nacional de Luta contra a Dor, por despacho da Ministra da Saúde Maria de Belém Roseira.

 

Posteriormente, outros se sucederam e, na Europa, foi instituída a “Semana Europeia contra a Dor” (EFIC) e pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) o “Ano Mundial contra a Dor”, desde 2010.

Atualmente em Portugal, o Dia Nacional de Luta Contra a Dor está integrado na Semana Europeia de Luta contra a Dor e é celebrado na terceira sexta-feira do mês de outubro. Pretende-se consertar esforços de dinâmicas nacionais e internacionais. Esta data foi igualmente aprovada em diário da república a 7 de novembro de 2008 (Diário da República, 2.ª série de 7 novembro 2008, Despacho n.º 28683/2008).

O Dia Nacional de Luta Contra a Dor foi criado com vista a aumentar a notoriedade da dor enquanto doença e do seu impacto na qualidade de vida da pessoa com dor, na sua família e na sociedade. Veio colocar o foco na necessidade de sensibilização, formação e partilha de conhecimento junto dos profissionais de saúde, comunidade científica, instituições politicas, doentes e sociedade em geral para a necessidade de um desenvolvimento continuado de novas abordagens de tratamento e prevenção da dor.

Tendo um impacto muito significativo no bem-estar dos cidadãos e custos sociais diretos e indiretos consideráveis, a Dor Crónica, considerada uma doença e codificada pela Organização Mundial de Saúde na Classificação Internacional das Doenças, ICD-11, causa quase 50% de todas as ausências ao trabalho com duração de três dias ou mais. É também responsável por 60 por cento da incapacidade permanente para o trabalho. Num estudo recente sobre a prevalência da dor crónica em Portugal, 37% dos doentes seguidos nos Cuidados de Saúde Primários sofrem de dor crónica com diminuição da qualidade de vida e elevado impacto social.

O último inquérito de monitorização a nível europeu, “The European Road Map monitor 2019” analisou o estado das diretrizes e planos de ação dos Estados Membros, para refletir sobre as políticas que apoiam as prioridades da plataforma SIP.

Estas medidas apoiam a dor como um indicador de qualidade, permitem a recolha e utilização de dados para suportar a investigação, ajudam as pessoas que vivem com dor para manter a capacidade de trabalho e incentivam rotineiramente a educação sobre a gestão da dor para profissionais de saúde e doentes.

Pretende-se que as entidades públicas, privadas, socais e governativas:

  • Reconheçam que a dor é um fator importante que limita a qualidade de vida e deve ser uma prioridade máxima dos sistemas de saúde.
  • Apoiem os doentes, seus familiares e cuidadores, disponibilizando informações e acesso ao diagnóstico e controlo da dor.
  • Aumentem a consciencialização sobre o impacto clínico, financeiro e social que a dor e a sua gestão têm nos doentes, nas suas famílias, nos empregadores, nos prestadores de cuidados e na economia.
  • Sensibilizem os profissionais de saúde para a importância da prevenção, do diagnóstico e da gestão da dor, nomeadamente através de formação contínua.
  • Reforcem a investigação sobre a dor como uma prioridade no programa-quadro da UE e em roteiros de investigação equivalentes a nível nacional e da UE, abordando o impacto social da dor e a carga da dor crónica nos aspetos clínicos, sociais e setores de emprego.
  • Estabeleçam uma plataforma da UE para o intercâmbio, comparação e avaliação da partilha das melhores práticas entre os Estados-Membros no domínio da gestão da dor e do seu impacto na sociedade.
  • Utilizem a plataforma da UE para monitorizar tendências na gestão, serviços e resultados da dor e fornecer orientações para harmonizar níveis eficazes de gestão da dor para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos europeus.
Comissão Executiva SIP PORTUGAL 2024
Representante de saúde

Carina Raposo

Representantes das Associações de Doentes

Isabel Pireza

Ivone Machado

Joana Vicente

Maria Teresa Flor de Lima

Mónica Rebelo

 

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